Em matemática, quando se quer demonstrar uma verdade, são usadas variáveis, incógnitas, letras que representam qualquer número que por ela seja substituída. Quem tenta usar um número específico para demonstrar um teorema, corre o risco de ser enganado por um exemplo, ignorando resultados diferentes caso o número seja outro. Tropa de Elite 2 tem como grande mérito justamente a demonstração correta da verdade, mostrando não um exemplo que se encerra por si mesmo, mas um mecanismo com tendências que funcionam aplicadas a diversas realidades. A essas tendências, José Padilha dá o nome de “sistema”.
Aqui o leitor não muito afeito à matemática começa a entender bem do que estamos falando, pois em maior ou menor grau todos nós já criticamos e nos revoltamos com ele, o sistema. Quem assistir Tropa 2 vai entender muito mais, pois tal qual na sua primeira versão, a coisa é dita sem meias palavras, com palavrões e bordões sempre entusiasmantes. Se fazer entender e ao mesmo tempo surpreender é tarefa para os gênios, coisa que Wagner Moura e José Padilha, diretor de ambos os filmes, fazem perfeitamente.
Aqui o leitor não muito afeito à matemática começa a entender bem do que estamos falando, pois em maior ou menor grau todos nós já criticamos e nos revoltamos com ele, o sistema. Quem assistir Tropa 2 vai entender muito mais, pois tal qual na sua primeira versão, a coisa é dita sem meias palavras, com palavrões e bordões sempre entusiasmantes. Se fazer entender e ao mesmo tempo surpreender é tarefa para os gênios, coisa que Wagner Moura e José Padilha, diretor de ambos os filmes, fazem perfeitamente.
O Capitão virou Tenente Coronel, comandante do BOPE, e depois subsecretário de segurança pública. Numa trama em que o inimigo não está à vista, e se utiliza de mecanismos muito mais complexos do que a economia do tráfico de drogas, nosso oficial caveira tem dificuldade de entender quem é, de fato, o alvo a se combater. Apesar de chegar a entender os mecanismos do sistema, a pergunta é: quem é este monstro?
Tropa de Elite 2 é emocionante, entusiasmante, divertido e gera muitas reflexões, principalmente naqueles que convivem mais de perto com as realidades apresentadas no filme. É incrível como os atores estão perfeitamente adequados ao comportamento, posturas e composturas dos policiais militares – as incursões, as continências etc.
O conflito família x trabalho está de volta, mais intenso e desgastante para o TC PM Nascimento. Personagens que têm parte de suas vidas expostas no filme aparecem como figurantes, a exemplo do Deputado Estadual Marcelo Freixo, que foi presidente da CPI das Milícias, na Alerj, e o Capitão Rodrigo Pimentel, capitão da reserva do BOPE, que saiu da PMERJ após dizer algumas verdades em público. Ambos são representados em algum momento, mas está claro que são apenas inspirações, pois em momento algum se vê caricatura ou cópias biográficas em Tropa 2.
O filme chama o espectador para um amadurecimento. Similar ao amadurecimento pelo qual o Coronel Nascimento passa, ao se perceber uma peça no tabuleiro do “sistema”. A discussão em torno do filme agora é mais densa, complexa. Principalmente se você for policial. Quem estiver disposto a essa discussão, deve assistir o filme.
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