Conforme ele próprio conta, Sid Phillips estava tomando um milkshake de três bolas de sorvete em uma farmácia de esquina quando escutou pelo rádio as notícias do ataque a Pearl Harbor.
Naquele momento, recém-formado no segundo grau e com 17 anos de idade, ele decidiu alistar-se.
A história de seu tempo como fuzileiro naval durante a Batalha de Guadalcanal foi um ponto central para a premiada série da HBO “The Pacific”, que também deu foco às experiências de guerra de seu amigo Eugene Sledge.
Naquele momento, recém-formado no segundo grau e com 17 anos de idade, ele decidiu alistar-se.
A história de seu tempo como fuzileiro naval durante a Batalha de Guadalcanal foi um ponto central para a premiada série da HBO “The Pacific”, que também deu foco às experiências de guerra de seu amigo Eugene Sledge.
Phillips reconta sua história num novo livro chamado “You’ll be Sorree!”
“Quando você chega no campo de treinamento com o cabelo grande e sua mala com roupas civis, a primeira coisa que escuta dos soldados é ‘você vai se arrepender.’ Eles estavam certos”, disse Phillips, rindo, numa recente entrevista.
Embora tenha lutado em algumas das mais sangrentas batalhas da Segunda Guerra Mundial, contos de tripas e sangue com balas voando não são o foco de seu livro. Phillips se concentra nos desafios básicos de sobrevivência durante os meses que sua unidade de fuzileiros passou em pequenas ilhas retomadas dos japoneses. Ele fala de incessante disenteria, fome quase mortal e troca de xingamentos com snipers japoneses que se infiltravam nos acampamentos americanos durante a noite.
Ele reconta como sua unidade, à beira da fome generalizada após os navios da marinha – que carregavam seus suprimentos – serem afundados, foi eventualmente salva por uma montanha de arroz deixada para trás pelos soldados japoneses. Em certo ponto, as coisas estavam tão desesperadas que Phillips e seus colegas tiveram que comer biscoitos velhos da Primeira Guerra Mundial que vieram para na praia em uma lata com a etiqueta “Ração de Campo – Biscoitos 1918”.
“Começamos a comer aquelas coisas... Tinham que ser partidas em pedaços com as baionetas e então colocadas na boca para amolecer. Tinham gosto de papelão”.
Quando os suprimentos finalmente chegaram, Phillips devorou um latão de abacaxi fatiado, comendo todo o conteúdo em uma sentada, e então ficou “gloriosamente doente”.
O livro, como Phillips, é engraçado. Ele conta como foi nocauteado completamente por um coco que caiu, e como se tornou um heroi na unidade ao construir uma latrina que desmontou-se sobre os oficiais, mergulhando-os nos dejetos. O leitor compartilha de sua primeira cerveja e muitas outras depois dela, como também dos meses passados na Austrália correndo atrás das garotas locais.
No livro, Phillips tenta capturar algo que teme estar perdido nas histórias da Segunda Guerra Mundial – a importância do humor para os soldados que enfrentavam a morte diariamente.
“Nós fuzileiros vivíamos em um mundo de sarcasmo e linguagem chula. Nada encorajador ou elogios foi jamais escutado. Eu era constantemente dito que era tão estúpido que não conseguia urinar numa bota com um alvo no solado. Se alguém dizia algo civilizado para você, era quase um sinal que não gostava de você”.
Eventualmente, Phillips retornou aos EUA e sua atenção voltou-se para ganhar o coração da mais linda caixa de banco que ele já vira e que, miraculosamente, não havia se casado enquanto ele estava fora, na guerra.
“E então veio Mary Victoria Houston, em um vestido azul e saltos altos com seu cabelo castanho balançando. Eu cheguei a ficar tonto”, escreveu Phillips sobre a mulher que se tornaria sua esposa. “Graças a Deus os japas bombardearam Pearl Harbor! Isso manteve os rapazes longe de Mary até que eu pude crescer!”
Fonte: Al.com, 29 de agosto de 2010.
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