O Coldre

Hoje vamos tratar de um assunto polêmico, daqueles que geram fervorosas discussões, com carência de consensos principalmente pela falta de estudos produzidos sobre o tema. Afinal, qual o coldre ideal para se utilizar na atividade policial?

Antes de tudo, é preciso observar o que queremos num coldre. Quais são as características indispensáveis que ele deve possuir? Basicamente, podemos elencar os três aspectos abaixo:

Facilidade de Saque

Um bom coldre deve dar boas condições para o atirador sacar a arma de maneira rápida e precisa. Se o usuário da arma de fogo precisar usar mais que uma mão para fazê-lo, provavelmente o coldre em questão não favorecerá sua atuação no combate armado, onde frações de segundo são definitivos.

Proteção do Armamento

O coldre deve proteger o armamento, em dois sentidos: proteger das intempéries, já que a atividade policial por vezes obriga o profissional a se expor ao sol, chuva, lama, areia etc. E deve também proteger a arma de quem tente desapossar o policial dela. Assim, o bom coldre é aquele que dá facilidades de saque ao policial e dificuldades aos que tentem tomar o armamento – inclusive protegendo-o de quedas.

Conforto ao atirador

O coldre deve deixar o atirador se sentir como se não estivesse portando arma – salvo, é claro, a postura psicológica exigível daqueles que estão na posse de qualquer armamento. Quanto menos o peso e o volume da arma for transferido para o corpo do atirador, melhor.




Convencionais, Táticos e Ocultos
Os modelos de coldre, e os critérios para escolhê-lo, variam conforme o objetivo a ser alcançado pelo usuário. A maioria dos policiais compram coldres para utilizar ostensivamente, no dia-a-dia da atividade policial. Para este fim, coldres de nylon e couro são os mais comuns. Observe-se que cada força policial brasileira tem peculiaridades em relação à aquisição deste equipamento, indo daquelas que não permitem ao policial o uso de coldres particulares, diferentes dos fornecidos pela corporação, até as que permitem o uso de qualquer tipo de coldre, conforme as opções pessoais dos policiais.

Os coldres táticos, geralmente feitos de polímero, são melhores acabados e projetados. Possuem travas mais confiáveis e dinâmicas, além de acondicionarem o armamento levando em conta todas as suas saliências – por isso coldres táticos são fabricados para armas específicas. São equipamentos mais caros, mas feitos para aqueles que não querem correr o risco de errar um saque, algo fatal para uma atuação tática, principalmente de uma força especial.

Por fim, existem aqueles coldres fabricados para ocultar a arma no corpo do atirador. Modelos para tornozelos, tórax e axilas são mais comuns, e devem ser o mais discretos possíveis, já que pretendem servir a policiais à paisana, ou mesmo como “back-up” numa ação policial.

Não podemos esquecer que o uso de determinado tipo de coldre deve ser uma escolha pessoal, sendo completamente anti-técnico que uma força policial obrigue seus homens a utilizar determinado tipo de equipamento. A compleição física, a força, tamanho da mão e dos braços são alguns dos aspectos a se considerar no momento de escolher um coldre. Obviamente, a uniformização, no caso das polícias militares, deve ser respeitada, mas consideremos que quase nada no serviço policial é ordem unida. A vida de cada PM, neste caso, é o valor a se considerar.

Sugiro aos leitores que testem seus coldres – de cintura, de perna ou qualquer outro – antes de defini-los como ideal para o serviço. Simule os obstáculos e situações que poderá enfrentar, e lembre que quanto mais você usar e treinar com seu coldre, e se acostumar com ele, mais ele passará a “fazer parte” do seu corpo. É por uma questão de vida ou morte.

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