Após mais de 60 anos, o caso de Helen Duncan - a última mulher na Inglaterra a ser presa por bruxaria - se recusa a morrer. Enquanto seus partidários buscam um perdão póstumo, surgiram evidências de que ela pode ter sido a vítima de um enredo envolvendo agentes de inteligência britânica, inclusive Ian Fleming, o criador de James Bond.
Nos anos 40, Duncan, uma dona de casa e mãe de seis, viajou o país participando de sessões espíritas para um público cansado da guerra que buscava freqüentemente notícias sobre os seus familiares. Como médium de materialização que era, ela entrava em transe e produzia ectoplasma, através do qual os espíritos assumiam características físicas para se comunicar com os vivos. Assim, Duncan construiu uma reputação como uma das maiores heroínas de espiritualismo.
Porém, durante uma parada em Portsmouth, em 19 de janeiro de 1944, Duncan, com 47 anos, causou uma grave infração aos serviços de segurança quando um marinheiro do navio HMS Barham apareceu formado em ectoplasma e saudou sua surpreendida mãe na platéia. Sua morte tinha sido mantida um segredo pelo Almirantado, que tinha tentado esconder notícias do navio afundando três meses antes. O temor de que Duncan tivera tido acesso a informações secretas alertaram os serviços de segurança, e ela foi acusada de infringir o "Ato de Bruxaria" de 1735, por "fazer aparecer o espíritos de pessoas mortas". Ela foi presa por nove meses.
Naquela época os militares estavam ansiosos por manter os planos da invasão Aliada na França ocupada (o famoso "Dia D"). Duncan e outros médiuns eram vistos como uma ameaça em potencial para a segurança. Pesquisando documentos no Arquivo Nacional, o premiado cineasta Robert Hartley explica que tudo aponta para uma conspiração do Estado, para fazer de Duncan um exemplo para qualquer outra quebra de segredos.
"Na época do Dia D as autoridades estavam paranóicas sobre vazamentos de segurança e Duncan estava em perigo de descobrir segredos militares durante seu transes", disse Hartley. "Helen Duncan estava dando informações muito precisas. Existiam outros médiuns pelo país dando notícias de soldados que morreram e alguma autoridade tomou isto seriamente, qualquer que fosse a fonte das informações. O Dia D estava chegando e era absolutamente essencial manter a surpresa Aliada."
Em seu novo livro, "Helen Duncan: The Mystery Show Trial", Hartley sugere que entre os responsáveis pela conspiração para condenar Duncan estava Ian Fleming, uma figura-chave nos serviços de inteligência naval. "Estou seguro de que a inteligência naval estava trabalhando com o MI5 (serviço de espionagem britânico), e quando eu comecei a olhar para esta conexão, o nome de Fleming apareceu envolvido com as pessoas envolvidas no caso", disse Hartley.
Mais de meio século mais tarde, o Caso Duncan permanece uma causa célebre, com mais de 30.000 sites detalhando sua história pelo mundo. O site oficial da Helen Duncan está levando adiante uma campanha mundial para pedir justiça e enviar uma petição para que o governo a perdoe postumamente, já que ela faleceu em 1956 e hoje é considerada uma mártir espiritualista.
Apesar da convicção popular, Helen Duncan não foi a última pessoa a ser processada na Inglaterra por bruxaria. Em setembro de 1944, depois da invasão do Dia D, Jane York, 72 anos, recebeu 7 acusações de "fingir conjurar os mortos". Pagou a soma de £5 e ficou por três anos em observação. A pena bem mais pesada para Duncan, meses antes, foi citada como evidência adicional de que Duncan estava sendo feita de exemplo. "Parece claro para mim que os serviços de segurança conspiraram para encarcerar Helen Duncan como parte da operação de segurança empreendida na época do Dia D", diz Hartley. "Era a visão do Almirantado de que ela posou um risco de segurança que precisada ser sanado".
"Eu aprecio que a conspiração foi empreendida com a intenção de proteger as vidas de membros das forças armadas aliadas, mas agora, depois de 60 anos, é hora de pôr as coisas nos eixos, caso contrário ele continua a enfraquecer os direitos pelo quais nossa nação estava lutando."
Fonte: The Guardian
Nos anos 40, Duncan, uma dona de casa e mãe de seis, viajou o país participando de sessões espíritas para um público cansado da guerra que buscava freqüentemente notícias sobre os seus familiares. Como médium de materialização que era, ela entrava em transe e produzia ectoplasma, através do qual os espíritos assumiam características físicas para se comunicar com os vivos. Assim, Duncan construiu uma reputação como uma das maiores heroínas de espiritualismo.
Porém, durante uma parada em Portsmouth, em 19 de janeiro de 1944, Duncan, com 47 anos, causou uma grave infração aos serviços de segurança quando um marinheiro do navio HMS Barham apareceu formado em ectoplasma e saudou sua surpreendida mãe na platéia. Sua morte tinha sido mantida um segredo pelo Almirantado, que tinha tentado esconder notícias do navio afundando três meses antes. O temor de que Duncan tivera tido acesso a informações secretas alertaram os serviços de segurança, e ela foi acusada de infringir o "Ato de Bruxaria" de 1735, por "fazer aparecer o espíritos de pessoas mortas". Ela foi presa por nove meses.
Naquela época os militares estavam ansiosos por manter os planos da invasão Aliada na França ocupada (o famoso "Dia D"). Duncan e outros médiuns eram vistos como uma ameaça em potencial para a segurança. Pesquisando documentos no Arquivo Nacional, o premiado cineasta Robert Hartley explica que tudo aponta para uma conspiração do Estado, para fazer de Duncan um exemplo para qualquer outra quebra de segredos.
"Na época do Dia D as autoridades estavam paranóicas sobre vazamentos de segurança e Duncan estava em perigo de descobrir segredos militares durante seu transes", disse Hartley. "Helen Duncan estava dando informações muito precisas. Existiam outros médiuns pelo país dando notícias de soldados que morreram e alguma autoridade tomou isto seriamente, qualquer que fosse a fonte das informações. O Dia D estava chegando e era absolutamente essencial manter a surpresa Aliada."
Em seu novo livro, "Helen Duncan: The Mystery Show Trial", Hartley sugere que entre os responsáveis pela conspiração para condenar Duncan estava Ian Fleming, uma figura-chave nos serviços de inteligência naval. "Estou seguro de que a inteligência naval estava trabalhando com o MI5 (serviço de espionagem britânico), e quando eu comecei a olhar para esta conexão, o nome de Fleming apareceu envolvido com as pessoas envolvidas no caso", disse Hartley.
Mais de meio século mais tarde, o Caso Duncan permanece uma causa célebre, com mais de 30.000 sites detalhando sua história pelo mundo. O site oficial da Helen Duncan está levando adiante uma campanha mundial para pedir justiça e enviar uma petição para que o governo a perdoe postumamente, já que ela faleceu em 1956 e hoje é considerada uma mártir espiritualista.
Apesar da convicção popular, Helen Duncan não foi a última pessoa a ser processada na Inglaterra por bruxaria. Em setembro de 1944, depois da invasão do Dia D, Jane York, 72 anos, recebeu 7 acusações de "fingir conjurar os mortos". Pagou a soma de £5 e ficou por três anos em observação. A pena bem mais pesada para Duncan, meses antes, foi citada como evidência adicional de que Duncan estava sendo feita de exemplo. "Parece claro para mim que os serviços de segurança conspiraram para encarcerar Helen Duncan como parte da operação de segurança empreendida na época do Dia D", diz Hartley. "Era a visão do Almirantado de que ela posou um risco de segurança que precisada ser sanado".
"Eu aprecio que a conspiração foi empreendida com a intenção de proteger as vidas de membros das forças armadas aliadas, mas agora, depois de 60 anos, é hora de pôr as coisas nos eixos, caso contrário ele continua a enfraquecer os direitos pelo quais nossa nação estava lutando."
Fonte: The Guardian
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